Qual desta afirmações relativamente à teoria de piaget é verdadeira?

domingo, 20 de março de 2011

Genie - The Wild Child

          Após visualizar o documentário: “Genie – The Wild Child” há alguns aspectos sobre o qual devemos reflectir. O documentário relata-nos a história de uma rapariga que passou os primeiros 13 anos da sua vida quase totalmente privada de contacto humano. Nesta altura, a rapariga tinha dificuldades em caminhar e não conseguia falar, cuspia frequentemente, arranhava, entre outros comportamentos estranhos, devido ao facto de ser agredida cada vez que produzia um som durante os primeiros anos da sua vida.
         Levada para o hospital infantil poucos dias depois de ser encontrada, Genie não demorou a tornar-se uma grande atracção para a comunidade científica, visto que este caso poderia responder a várias pergunta, a qual não poderia ser esclarecida de qualquer outra maneira: será que Genie ainda conseguiria aprender as mais básicas funções humanas num ambiente confortável carinhoso apesar dos anos de abuso pelos quais atravessou na sua infância? Será que os problemas de Genie são consequência de um atraso mental de nascença ou dos anos de abuso? Será que Genie consegue criar relações com outras pessoas? Será que Genie alguma vez conseguirá falar?
          Apesar de Genie ter sido adoptada por cientistas que a estudaram e auxiliaram o seu desenvolvimento, estas questões não foram inteiramente respondidas. Após alguns dias de acompanhamento constante por parte de um cientista, parece ter-se criado uma ligação emocional com o mesmo. Este decidiu que este acontecimento é um indicador de que Genie pode ter um desenvolvimento normal. Aqui temos a resposta a uma das perguntas, mas será que Genie alguma vez conseguirá falar como um membro funcional da sociedade? 
          Na mesma altura que o caso de Genie surgiu, um cientista começou a estudar um caso ocorrido 200 anos antes, em França. O caso de Victor, também uma criança selvagem encontrada na floresta. Nesta altura, os cientistas procuraram também perceber o que nos torna humanos, sendo uma das hipóteses, a linguagem. Também no caso de Victor, um cientista tentou “criar” a criança selvagem”. Em ambos os casos tentaram ensinar a fala a ambas as crianças. Victor não conseguiu enquadrar-se na sociedade, mas Genie mostrou grandes progressos, conseguindo até pronunciar algumas palavras e até frases, apesar de mal compostas.
          Nesta altura, começou a duvidar-se da teoria de que o ser humano tem um prazo para aprender a falar. Tendo em conta as observações e os estudos feitos sobre Victor a família adoptiva de Genie tentou não sobrecarrega-la com a fala, introduzindo também linguagem gestual. A família recebia dinheiro para prosseguir o estudo sobre Genie, mas, devido à falta de resultados e divergência de opiniões sobre o facto de a criança ter ou não um atraso devido a uma doença de nascença ou devido ao trauma sofrido na sua infância, os fundos para este estudo foram cortados. Após este acontecimento a família que na altura cuidava da criança decidiu abandonar a adopção. Em 1975 termina o estudo sobre a fala e Genie viveu com a mãe, que não conseguiu acartar a responsabilidade. Depois, começou um período crítico, em que a jovem andou de lar em lar, adoptada por várias famílias até que um dia foi severamente castigada por ter vomitado. Desde esse momento, Genie foi internada novamente num hospital infantil onde uma das famílias que a teria anteriormente adoptado ofereceu assistência. Genie nunca mais falou. Ficamos com duas questões sem resposta. Será que Genie teria alguma doença de nascença ou o seu atraso é devido ao ambiente sob o qual viveu. 
         Na minha opinião é possível que genética tenha alguma influência nas capacidades, mas o factor maioritariamente responsável pelo atraso é o ambiente em que viveu. Também nos podemos questionar se uma criança tem um limite de idade para aprender a falar. A ilação que eu tiro do filme é que não há. Genie viveu 13 anos sem falar e severamente castigada sempre que o tentava fazer e mostrou enormes progressos, conseguindo até comunicar razoavelmente com os as suas famílias adoptivas.

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